quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Clarice






Dois corações selvagens na selva do impossível
Tão perto que o respirar deles é transfusão de sangue.
Depois da noite nuclear – amantes rompendo o ventre da laranja mecânica -
a mostrar viva as entranhas do céu
nego-me a escrever versos para amores lúgubres
plenos de tédio e flacidez no olhar e no abraço
no passo e no sorriso
Depois de deus... Quem me levará ao paraíso?
Prefiro o inferno na selva
Dois corações selvagens
Perto.
Perto.
Perto.


Bárbara Lia
A última chuva 
Mulheres Emergentes    (2007)

página 9


cena de Handmaid's Tale


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